Dicas de Português


ANÁLISE TEXTUAL – DICAS DE ORTOGRAFIA


A / HÁ  (na expressão de tempo)

Usa-se  Há  no sentido de tempo passado e os demais casos usa-se A. (tempo futuro.)
Exemplos. Ele partiu duas semanas.
Estamos a dois dias das eleições.

ACERCA DE  / A CERCA DE / HÁ CERCA DE


Acerca de é locução prepositiva equivalente a "sobre, a respeito de".
(A ) cerca de indica aproximação; espaço, proximidade física.
Há cerca de indica um período aproximado de tempo decorrido (Verbo ‘haver’ indica tempo)

Exemplos.
Haverá um curso acerca das consequências da globalização.
Moro a cerca de 2 km daqui.
Eles estão namorando há cerca de três anos.


AFIM ou A FIM?


Quem tem afinidades são pessoas AFINS.
Exemplo. “As duas têm pensamentos afins.”
A FIM DE significa “para, com o propósito de”.
Exemplos.
“Estuda a fim de vencer a barreira do vestibular.”
“Veio a fim de trabalhar."



À MEDIDA QUE / NA MEDIDA EM QUE


À medida que indica proporção, desenvolvimento simultâneo e gradual. (= à proporção que)
Na medida em que exprime relação de causa e equivale a “Porque, já que, uma vez que”.



Exemplos. À medida que caminhávamos percebíamos que éramos seguidos.
Na medida em que o orçamento foi aprovado, vamos ter de segui-lo.

AO ENCONTRO DE /  DE ENCONTRO A


Ao encontro de significa união, ser favorável a, aproximar-se de.
De encontro a indica oposição, choque, colisão.

Exemplos.
O carro foi de encontro ao poste.
As ideias de meu candidato vão ao encontro das minhas.


AO INVÉS DE / EM VEZ DE

Ao invés de indica "oposição, situação contrária".
Em vez de indica "substituição, simples troca".
Exemplos. Em vez de ir ao cinema, fui ao teatro.
Descemos, ao invés de subir.

A PAR / AO PAR


A par é usado, no sentido de "estar bem informado", ter conhecimento.
Ao par é uma expressão usada para indicar relação de equivalência entre valores financeiros.

Exemplos. Estou a par de todos os acontecimentos.
O real está ao par do dólar.



DESPERCEBIDO / DESAPERCEBIDO

Despercebido significa "sem atenção";
Desapercebido significa "desprovido, desprevenido."

Exemplos. O fato passou-me totalmente despercebido.
Ele estava desapercebido de dinheiro.


MAL  /  MAU?

MAU é um adjetivo e se opõe a BOM:
“Ele é um mau profissional.” (x bom profissional);
“Ele está de mau humor.” (x bom humor);
“Ele é um mau caráter.” (x bom caráter);
“Tem medo do lobo mau.” (x lobo bom);

MAL pode ser:
·         advérbio (= opõe-se a BEM):
“Ele está trabalhando mal.” (x trabalhando bem);
“Ele foi mal treinado.” (x bem treinado);
“Ele está sempre mal-humorado.” (x bem-humorado);
“A criança se comportou muito mal.” (x se comportou muito bem);

·         conjunção (= logo que, assim que, quando):
Mal você chegou, todos se levantaram.” (= Assim que você chegou);
Mal saiu de casa, foi assaltado.” (= Logo que saiu de casa);

·         substantivo (= doença, defeito, problema):
“Ele está com um mal incurável.” (= doença);
“O seu mal é não ouvir os mais velhos.” (= defeito).

MAS / MAIS


Mas é uma conjunção adversativa, de mesmo valor que "porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto".
Mais é um advérbio de intensidade, mas também pode dar ideia de adição, acréscimo; tem sentido oposto a menos.

Exemplos.
Tentou, mas não conseguiu.
O projeto parece ser viável, mas não sai do papel.
Esse livro é mais caro.


ONDE / AONDE?

Aonde
A presença da preposição restringe o emprego de aonde àqueles verbos de movimento que naturalmente exigem essa preposição: dirigir-se A, ir A, chegar A, etc.:

(a)  "Aonde te diriges?"

(b) "Aonde vais?"

(c) "Aonde chegou a violência urbana”. 

Usar aonde com verbos que não exijam o “A” é considerado erro de regência. No entanto, alguns escritores afirmam que não existe diferença no uso desses vocábulos. O ONDE pode ser entendido como uma forma genérica.

Onde
Usa-se onde unicamente quando se tratar de "lugar":
(a) "Muita gente visita a cidade onde o cantor nasceu".
(b) "O presidente irá à Coréia, onde se encontrará com empresários e políticos locais".

Não se deve usar onde com ideia de "tempo, causa, motivo, conclusão":
(c) "O país atravessa um período onde...“.
CORRETO: “O país atravessa um período em que..."

 POR QUE / POR QUÊ / PORQUE / PORQUÊ
PORQUE é conjunção causal ou explicativa:
“Ele viajou porque foi chamado para assinar contrato.”
“Ele não foi porque estava doente.”
“Abra a janela porque o calor está insuportável.”
“Ele deve estar em casa porque a luz está acesa.”

PORQUÊ é a forma substantivada (= antecedida de artigo “o” ou “um”):
“Quero saber o porquê da sua decisão.”
“A professora quer um porquê para tudo isso.”

POR QUÊ só deve ser usado no fim de frase:
“Parou por quê?
“Se ele mentiu, eu queria saber por quê.
“Eu não sei por quê, mas a verdade é que eles se separaram.”

POR QUE é usado:
(a) em frases interrogativas diretas ou indiretas:
"Por que você não foi?" (= pergunta direta)
"Gostaria de saber por que você não foi." (= pergunta direta)

(b) quando for substituível por POR QUAL, PELO QUAL, PELA QUAL, PELOS QUAIS, PELAS QUAIS:
  “Só eu sei as esquinas por que passei.” (= pelas quais)
“Desconheço as razões por que ela não veio.” (= pelas quais)

(c) quando houver a palavra MOTIVO antes, depois ou subentendida:
“Desconheço os motivos por que a viagem foi adiada.” (= pelos quais)
“Não sei por que motivo ele não veio.” (= por qual)
“Não sei por que ele não veio.” (= por que motivo, por qual motivo).


QUE /  QUÊ


Que é pronome, conjunção, advérbio ou partícula expletiva.

Quê é um monossílabo tônico. Isso ocorre quando encontramos um pronome em final de frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação ou exclamação), ou de reticências. Pode ser:
·         um substantivo (com o sentido de "alguma coisa"),
·         interjeição (indicando surpresa, espanto);
·         pronome em final de frase.

Exemplos.
Que você pretende, tratando-me dessa maneira?
Você precisa de quê?
Quê! Conseguiu chegar a tempo?!


RETIFICAR / RATIFICAR?

Retificar significa “corrigir, consertar”.
Exemplo. "Preciso retificar a questão da prova. Há um erro no gabarito."

Ratificar significa “confirmar, comprovar”.
Exemplo. “Ratifico tudo o que o foi dito a seu respeito.”


SENÃO / SE NÃO


Senão significa "caso contrário, a não ser".
Se não ocorre em orações subordinadas adverbiais condicionais; equivale a "caso não".

Exemplos.

É necessário que ele estude mais, senão não haverá como ajudá-lo.
Não faz nada senão estudar para as provas.

Se não trabalhar com afinco, não conseguirá comprar o carro.



Referências bibliográficas

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37a ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999.

CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção: a escritura do texto. 1a ed. São Paulo: Moderna, 1996.

INFANTE, Ulisses. Curso de gramática aplicada aos textos. 5a ed. São Paulo: Scipione, 1999.

MORENO, Cláudio. Guia prático do português correto: ortografia. Porto Alegre: L&PM, 2008.

SILVA, Sérgio Nogueira Duarte da. O português do dia a dia: como falar e escrever melhor. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2009.


PRINCIPAIS RELAÇÕES SINTÁTICO-SEMÂNTICAS



Classificação da Relação 

Principais Elementos Articuladores

Relação de adição 

e, também, ainda, não só, mas também, além disso

Relação de oposição/concessão 

mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, embora, apesar de, mesmo que

Relação de explicação/causalidade 

porque, pois, visto que, uma vez que, já que

Relação de comparação

tal qual, mais que, menos que, como

Relação de condição

se, caso, desde que, quando

Relação de alternância ou disjunção 

ou...ou, ora...ora, seja...seja, quer...quer

Relação de temporalidade/proporção 

no momento em que, à medida que, quando, enquanto, quanto mais...mais, à
proporção que

Relação de finalidade 

a fim de, com o objetivo de, para

Relação de conformidade 

segundo, conforme, de acordo com, como

Relação de conclusão 

portanto, assim, logo



ANÁLISE TEXTUAL - USOS GERAIS DA CRASE[1]


É a fusão de duas vogais iguais (a + a/as = à/às). O acento grave indicativo da crase deve ser usado sempre que houver a contração da preposição "a" com outro "a", que pode ser artigo definido, pronome ou a vogal inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s) ou aquilo.

1.      Ele se referiu a ou à carta? Ele escreveu a ou à carta?
O certo é: Ele se referiu à carta e escreveu a carta.
            
 Para comprovarmos a crase, o melhor “macete” é substituir o substantivo feminino por um masculino. Comprovamos a crase se o A se transformar em AO:

“Ele se referiu à carta.” (= ao documento)
“Ele entregou o documento às professoras.” (= aos professores)
“Sua camisa é igual à do meu pai.” (= seu casaco é igual ao do meu pai)
“Ele fez referência às que saíram.” (= aos que saíram)

OBSERVE A DIFERENÇA:

“A secretária escreveu a carta.” (= o documento)
“Ele não encontrou as professoras.” (= os professores)
“A testemunha acusou a da direita.” (= o da direita)
“Não reconheci as que saíram.” (= os que saíram)
“Ele se referiu a esta carta.” (= a este documento)
“Tráfego proibido a motocicletas.” (= a caminhões)


2.      Vou a ou à Brasília? Vou a ou à Bahia?    O certo é: “Vou a Brasília” e “Vou à Bahia”.
                  

Quando vamos sempre vamos a algum lugar. O verbo IR pede a preposição a. O problema é que o nome do lugar aonde vamos às vezes vem antecedido de artigo definido a, às vezes não.

Enquanto Brasília não admite artigo definido, a Bahia é antecedida do artigo definido a. Isso significa que você “VAI À BAHIA” (= preposição a do verbo IR + artigo definido a que antecede a Bahia) e que você “VAI A BRASÍLIA” (= sem crase, porque só há a preposição a do verbo IR).

Se você quer saber com mais rapidez se deve IR À ou A algum lugar (com ou sem o acento da crase), use o seguinte “macete”: antes de IR, VOLTE.
                  
Se você volta DA, significa que há artigo: você vai À; se você volta DE, significa que não há artigo: você vai A.

Assim:    “Você volta DA Bahia”      >      “Você vai à Bahia.”
               “Você volta DE Brasília”   >      “Você vai a Brasília.”
                  
Vamos testar o “macete” em outros exemplos: “Vou à China” (= volto DA China); “Vou a Israel” (= volto DE Israel); “Vou à Paraíba” (= volto DA Paraíba); “Vou a Goiás.” (= volto DE Goiás); “Vou a Curitiba” (= volto DE Curitiba); “Vou à Barra da Tijuca” (= volto DA Barra da Tijuca); “Vou a Ipanema” (= volto DE Ipanema).

3.      Vou à ou a Roma? Vou à ou a antiga Roma? O certo é: “Vou a Roma” e “Vou à antiga Roma”.

Podemos usar o “macete” do verbo VOLTAR: “Volto DE Roma” e “Volto DA antiga Roma”.
Observe que não há artigo antes de Roma. O artigo aparece se houver um adjetivo ou termo equivalente:

“Vou a Paris.” (= volto DE Paris)
“Vou à Paris dos meus sonhos.” (= volto DA Paris dos meus sonhos)
“Vou a Porto Alegre.” (= volto DE Porto Alegre)
“Vou à bela Porto Alegre.” (= volto DA bela Porto Alegre)
“Vou a Londres.” (= volto DE Londres)
“Vou à Londres do Big Ben.” (= volto DA Londres do Big Ben)


4. Vou à ou a terra?    O certo é: “Vou a terra.”
    
A palavra TERRA, no sentido de “terra firme, solo, chão” (= oposto a estar "a bordo"), não recebe artigo definido, logo não haverá crase.
                   
OBSERVE O MACETE: “volto DE terra”.
            É importante observarmos que qualquer outra TERRA, inclusive o planeta Terra, recebe o artigo definido. Portanto, haverá crase:

“Vou à terra dos meus avós.” (= volto DA terra dos meus avós)
“Cheguei à terra natal.” (= volto DA terra natal)
“Ele retornou à Terra.” (= volto DA Terra / do planeta Terra)

OBSERVE A DIFERENÇA:
“Depois de tantos dias no mar, chegamos a terra.” (= terra firme)
“Depois de tantos dias no mar, chegamos à terra procurada.”


5. Vou a casa ou à casa?   O certo é: “Vou a casa.”
                   
A sua própria casa não tem artigo definido.
OBSERVE: Se “você vem DE casa” ou se “você ficou EM casa”, só pode ser a sua própria casa.

OBSERVAÇÃO 1: Qualquer outra casa vem antecedida de artigo definido. Isso significa que haverá crase:

“Vou à casa dos meus pais.” (= volto DA casa dos meus pais)
“Vou à casa de Angra.” (= volto DA casa de Angra)
“Vou à Casa José Silva.” (= volto DA Casa José Silva)
“Vou à casa do vizinho.” (= volto DA casa do vizinho)
“Vou à casa dela.” (= volto DA casa dela)

OBSERVAÇÃO 2: Não haverá crase somente quando a palavra CASA estiver sem nenhum adjunto: “Ele ainda não retornou a casa desde aquele dia.”


6. Vou à ou a minha casa? Tanto faz. É um caso facultativo. Pode haver crase ou não.

A diferença é a presença do pronome possessivo minha antes da casa. Antes de pronomes possessivos é facultativo o uso do artigo; sendo assim, facultativo também será o uso do acento da crase: “Vou a ou à minha casa”; “Fez referência a ou à tua empresa”; “Estamos a ou à sua disposição”.
             
OBSERVAÇÃO 1: O uso do acento da crase só é facultativo antes de pronomes possessivos femininos no singular (= minha, tua, sua, nossa, vossa).
                   Se for masculino, não há crase: “Ele veio a ou ao meu apartamento” e  “Estamos a ou ao seu dispor”.

 OBSERVAÇÃO 2: Se estiver no plural,:

a)                 haverá crase (preposição a + artigo plural as): “Fez referência às minhas idéias” e “Fez alusão às suas poesias”;
b)                 não haverá crase (preposição a, sem artigo definido): “Fez referências a minhas idéias” e “Fez alusão a suas idéias”.


7. Ele se referiu à ou a Cláudia? É outro caso facultativo.
                   Antes de nomes de pessoas, o uso do artigo definido é facultativo. Portanto, em se tratando de nome de mulher, pode ou não ocorrer a crase.
                 
OBSERVAÇÃO 1: Quando se trata de pessoas que façam parte do nosso círculo de amizades, com as quais temos certa intimidade, usamos artigo definido. Isso significa que devemos usar o acento da crase: “Refiro-me à Cláudia” (= pessoa amiga).
            Quando se trata de pessoas com as quais não temos nenhuma intimidade, não há o acento da crase porque não usamos artigo definido antes de nomes de pessoas desconhecidas ou não amigas: “Refiro-me a Cláudia” (= pessoa desconhecida ou não amiga).
            
OBSERVAÇÃO 2: Antes de nomes próprios de pessoas célebres não se usa artigo definido. Isso significa que não haverá acento da crase: “Ele fez referência a Joana d’Arc” e “Fizeram alusão a Cleópatra”.


8. Ele escreve a ou à Jorge Amado?  Depende.

a) Se ele está escrevendo “para Jorge Amado”, não há o acento da crase: “Ele escreve a Jorge Amado” (= para Jorge Amado).
b) Se ele escreve “à moda ”, “ao estilo” de Jorge Amado, o uso do acento grave é obrigatório: “Ele escreve à Jorge Amado” (= ao estilo de Jorge Amado).
            Usaremos o acento grave sempre que houver uma destas locuções subentendidas: “à moda de”, “à maneira de” ou “ao estilo de”: “Sapato à Luís XV”;  “Poesia à Manuel Bandeira”; “Revolução à 1930”; “Vestir-se à 1800”; “Filé à francesa”; “Bife à milanesa”.
                  
OBSERVAÇÃO: Em “Moramos em São Paulo de 1958 a 1960”, não há crase porque não há artigo definido antes de 1960; em “Elas se vestem à 1960”, há acento grave porque subentendemos “à moda de 1960”.


9. Vendeu a ou à vista?
 a) Se alguém “vendeu a vista”, deve ter vendido “o panorama ou o olho” (a vista = objeto direto).
 b)Se não era nada disso que você queria dizer, então a resposta é outra: “vendeu à vista”, e não a prazo (à vista = adjunto adverbial de modo).
Observe que nesse caso não se aplica o “macete” da substituição do feminino pelo masculino (à vista > a prazo).
Por causa disso, há muita polêmica e algumas divergências entre escritores, jornalistas, gramáticos e professores.
           Devemos pôr o acento grave no a que inicia locuções (adverbiais, prepositivas, conjuntivas) com palavra FEMININA: à beça, à beira de, à custa de, à deriva, à direita, à distância, à força, à francesa, à mão, à medida que, à moda (de), à noite, à parte, à primeira vista, à proporção que, à queima-roupa, à revelia, à tarde, à toa, à toda, à última hora, à vista, à vontade, às avessas, às cegas, às claras, às escondidas, às ordens, às vezes...


10. A procura ou à procura? Depende.

a)     Em “A procura dos criminosos durou dez dias”, não há o acento da crase porque não há preposição (A procura dos criminosos = sujeito).
b)     Em “A polícia está à procura dos criminosos”, devemos usar o acento grave porque à procura de é uma locução prepositiva.

OBSERVE OUTROS EXEMPLOS:

“A base do triângulo mede 10 cm.” (= sujeito).
“Ele vive à base de remédios.” (= locução prepositiva).
“A moda de 1970 está voltando.” (= sujeito).
“Ela se veste à moda de 1970.” (=locução prepositiva).

As locuções prepositivas formadas por palavras femininas devem receber o acento grave indicativo da crase: à beira de, à cata de, à custa de, à exceção de, à feição de, à frente de, à maneira de, à mercê de, à moda de, à procura de, à semelhança de...


11. Bateu a ou à porta? Depende:

a)     se você “bateu a porta”, significa que você “fechou a porta” (a porta = objeto direto);
b)     se você “bateu à porta”, quer dizer que “bateu na porta” (à porta = adjunto adverbial de lugar).

             
12. Sentou-se na ou à mesa?   Todos podem sentar-se “na mesa”, mas é falta de educação e a mesa pode não agüentar. Na verdade, nós nos sentamos à mesa.   Devemos usar o acento da crase porque à mesa é um adjunto adverbial de lugar.

13. As vezes ou às vezes?

Usaremos o acento grave somente quando às vezes for uma locução adverbial de tempo (= de vez em quando, algumas vezes): “Às vezes os alunos acertam esta questão.”; “O Flamengo às vezes ganha do Fluminense”.
            Quando não houver a idéia de “de vez em quando”, não devemos usar o acento grave: “Foram raras as vezes em que ele veio aqui” (as vezes = sujeito); "Em todas as vezes, ele criou problemas” (= não há a preposição a, por isso não ocorre a crase; temos somente o artigo definido as). 


14.   Saiu a noite ou à noite? Depende:

a)     se “saiu a noite”, foi a noite que saiu. Eu vou entender que quem saiu foi a noite (= sentido figurado): “a noite surgiu, apareceu...” ou simplesmente “anoiteceu”.
b)     se você “saiu à noite”, significa que você não saiu “à tarde ou pela manhã”, ou seja, à noite é um adjunto adverbial de tempo.


15.  Saiu as 10h ou às 10h? Só pode ter sido às 10h.
Hora indica tempo e é uma palavra feminina. É um adjunto adverbial de tempo formado por palavra feminina, logo devemos usar o acento grave: “A aula começa sempre às 7h”; “A reunião será às 8h”; “A sessão só começará às 16h”; “Ele vai sair às 20h”.


16. A reunião será a ou à partir das 14h? O certo é: “A reunião será a partir das 14h” (= sem acento da crase). A partir de é uma locução prepositiva formada por um verbo. Não há crase, porque é impossível haver artigo antes de verbo (= partir).


17. A reunião será... das 2h às 4h da tarde  ou
                                   de 2h às 4h da tarde ou
                                   de duas a quatro horas 


A reunião pode ser “das 2h às 4h da tarde” ou “de duas a quatro horas”. A reunião que vai “das 2h às 4h” começa exatamente às 2h e termina precisamente às 4h. Para haver a idéia de “exatidão, precisão”, é necessário que usemos o artigo definido. Isso justifica o uso da preposição de + o artigo definido as (= “das 2h”) e a crase (= “às 4h”). Não devemos usar “de 2h às 4h”.
          A outra reunião que vai “de duas a quatro horas” não definiu a hora para começar ou terminar. Temos apenas uma idéia aproximada da duração da tal reunião. Não há artigo definido, logo existem apenas as preposições: “de... a”.

OBSERVAÇÃO: Podemos usar essa “dica” em outras situações:

“Trabalhamos de segunda a sexta” (= de... a ...).
“O torneio vai da próxima segunda à sexta-feira” (= da... à...).
“Leia de cinco a dez páginas por dia” (= de... a...).
“Leia da página 5 à 10” (= da ... à...).
“Ficou conosco de janeiro a dezembro” (= de... a...).
“Ficou conosco do meio-dia à meia-noite” (= do... à...).
“O congresso vai de cinco a quinze de janeiro” (= de... a...).
“O aumento será de 2% a 5%” (= de... a...).


18. Ele está aqui desde as ou às 14h? O certo é: “Ele está aqui desde as 14h.”
A presença da preposição desde significa que não há a preposição a, logo não há crase. Temos apenas o artigo definido as.
           Vejamos outros casos semelhantes: “Após as 18h, as nossas portas estão fechadas.”; “Ele fez o gol com a mão.”; “A reunião ficou para as 16h”; “Ele teve de comparecer perante a justiça.”

OBSERVAÇÃO:
Veja a diferença: “Ela vai à praia” e “Ela vai para a praia”.

No primeiro caso, “ela vai a”, ou seja, “vai e volta, tem hora para voltar”; no segundo, “ela vai para”. Isso quer dizer que “ela não tem hora para voltar”.

19.  Ele ficará aqui até as ou às 18h? Para muitos gramáticos e professores, é um caso facultativo.

Devido à presença da preposição até, a forma mais usual é sem o acento grave: “Ele ficará aqui até as 18h.”

OBSERVAÇÃO:

O mesmo se aplica no adjunto adverbial de lugar: “Ele foi até a/à praia.” (= “Ele foi até o/ao supermercado”).
             Mais uma vez, no Brasil, a forma preferencial é sem a preposição a e, conseqüentemente, sem o acento grave: “Ele foi até a praia.” (= “Ele foi até o supermercado”). 

20. A próxima reunião será a ou à uma hora da tarde? O certo é: “A próxima reunião será à uma hora da tarde.”
              À uma hora da tarde é adjunto adverbial de tempo formado por palavra feminina. O acento grave é obrigatório.

OBSERVAÇÃO 1: Não devemos confundir “à uma hora da tarde ou da madrugada” com “a uma hora qualquer”. No primeiro caso, a palavra uma é numeral (= 1h); no segundo, é artigo indefinido.

“Ele chegou à uma hora da tarde.” (= “às 13h”)
“Ele chegou a uma certa hora.” (= “a uma hora qualquer”)

           Antes de artigo indefinido é impossível haver crase, pois não teremos o artigo a que é definido: “Ele disse que chegaria a uma hora qualquer”; “Referia-se a uma velha história”; “Entregou os documentos a uma secretária”.

OBSERVAÇÃO 2: Em “Todos responderam à uma”, devemos usar o acento grave. À uma  (= “a uma só voz”) é uma locução adverbial de modo.

                           
21.              Eu fui aquela ou àquela farmácia? O certo é: “Eu fui àquela farmácia.”

            Os pronomes AQUELE(S), AQUELA(S) e AQUILO deverão receber o acento grave sempre que forem complementos de verbos e nomes cuja regência exija a preposição "a":  “Eu fui a (= preposição) aquela farmácia.” (= Eu fui àquela farmácia); “Ele não fez referência a (= preposição) aquilo.” (= ...referência àquilo)
           Se o verbo for transitivo direto, não haverá crase: “Ele viu (TD) aquela farmácia (OD)”; “Ele não leu (TD) aquilo”.

OBSERVAÇÃO: Algumas locuções adverbiais de tempo iniciadas pela preposição em podem ser iniciadas pela preposição a. Nesse caso se usa o acento da crase: “Àquela hora tudo estava calmo” (= naquela hora).

22. A nossa disciplina é semelhante a ou à dos militares? O certo é: “A nossa disciplina é semelhante à dos militares.”
Nesse caso temos a fusão da preposição a (= exigida pelo adjetivo semelhante) + o pronome demonstrativo a (aquela = a disciplina): “A nossa disciplina é semelhante a (= preposição) + a (= aquela disciplina) dos militares.”
Os pronomes demonstrativos a e as (= aquela e aquelas) geralmente vêm antes da preposição de ou do pronome relativo que: “Sua reivindicação é igual à dos metalúrgicos” (= igual "a aquela" dos metalúrgicos); “Faça uma linha paralela à do centro” (= paralela "a aquela" do centro); “Ele se referiu às que reclamaram” (= ele se referiu "a aquelas" que reclamaram); “Essa piada é semelhante à que me contaram ontem” (= semelhante "a aquela" que me contaram ontem).

OBSERVAÇÃO: Se o verbo for transitivo direto, é impossível haver crase: “Ele chamou a da esquerda” (= chamou aquela da esquerda); “Não conheço a que saiu” (= não conheço aquela que saiu).


23. Aqui está a obra a ou à que ele se referiu? O certo é: “Aqui está a obra a que ele se referiu.”
                  
Nesse caso não há crase. Temos apenas a preposição a exigida pela regência do verbo referir-se (= quem se refere sempre se refere a alguma coisa). Não há artigo definido nem pronome demonstrativo: “Aqui está a obra a que ele se referiu” NÃO significa “a obra a aquela que ele se referiu”.


24.  Esta é a aluna à ou a quem o professor entregou as provas?
                   O certo é: “Esta é a aluna a quem o professor entregou as provas.”
                   Antes do pronome quem, jamais haverá artigo. Isso significa que jamais haverá crase antes do pronome quem.


25. Aqui está a obra a ou à qual ele se referiu? O certo é: “Aqui está a obra à qual ele se referiu.”
Observe a diferença: “Aqui está a obra a que ele se referiu”; “Aqui está a obra à qual ele se referiu”. Qual é a diferença? Por que só ocorre a crase no segundo caso?

a)     No primeiro caso, temos apenas a preposição a exigida pelo verbo referir-se.
b)     No segundo, ocorre crase porque, além da preposição a do verbo referir-se, temos o artigo a que antecede o pronome relativo qual  (= "a a qual" ele se referiu).
         
Isso significa que deveremos usar o acento grave no artigo a / as que antecede o pronome relativo qual / quais (=à qual / às quais), sempre que houver também a preposição a: “Esta é aluna à qual o professor entregou as provas”; “Estas são as funcionárias às quais fizemos referência”; “Não lembro o nome da cidade à qual eles chegaram ontem”.

OBSERVAÇÃO: Se o verbo for transitivo direto, não há a necessidade da preposição e conseqüentemente não ocorre crase: “Esta é a aluna a qual vimos (TD) na praia”; “Estas são as funcionárias as quais estamos ajudando (TD).”


CASOS IMPOSSÍVEIS – Os dez pecados capitais da crase

            A seguir, temos alguns casos nos quais, por não haver artigo definido feminino a / as, é impossível ocorrer crase:

1)      antes de palavras masculinas:
 “Gostava de andar a cavalo.”                              “Viajou a serviço.”
“Vendeu tudo a prazo.”                                    “Não chegou a tempo de assistir ao início do filme.”
“Comprou um fogão a gás.”

2)      antes de verbos:
  “Começou a redigir.”                                    “Prefiro isso a aceitá-lo na empresa.”
  “Entra em vigor a partir de hoje.”                 “Estamos dispostos a colaborar.”

3)      antes de artigos indefinidos:
  “Referia-se a uma antiga lei.”
  “Ofereceu o prêmio a uma velha funcionária.”
  “Fez alusão a uma poesia romântica.”
  “Isso ocorreu devido a uma situação excepcional.”

4)      antes de pronomes indefinidos:
   “Entregou o livro a alguém.
   “Sempre se refere a qualquer funcionário.”
   “Começou a toda força.”
   “Ofendeu a todos.”
    “A certa altura, todos saíram.”
    “Não entregue o documento a ninguém.”

5)      antes de pronomes demonstrativos (= esta, essa, isso):
    “Estamos atentos a essa tendência.”
    “Ofereceu o prêmio a esta aluna aqui.”
    “Prefiro aquilo a isso aqui.”
    “Entregou a essa secretária tudo que ela pediu.”

6)      antes de pronomes pessoais:
“Ofereceu o prêmio a mim.”
       “Entregou a ela tudo que pediu.”
       “Ele se referiu a ti.”
       “Fizeram referência a nós.”
       “Elas feriram a si mesmas.”
       “Tudo foi entregue a elas.”

7)      antes de pronomes de tratamento:
       “Entreguei o documento a V.Exa.
       “Ele disse a V.Sa.  que não viria.”
       “Eu me referia a você.”
       “Fez alusão a Sua Santidade.”

OBSERVAÇÃO 1: Quando a expressão de tratamento só se refere à mulher, pode ocorrer a crase:
“Falou à senhora.” (= falou ao senhor)
            à senhorita.”
            à doutora.”
            à madame.

OBSERVAÇÃO 2:  Antes da palavra dona (que se abrevia D.), não há artigo. Isso significa que nunca ocorrerá crase:
“Entreguei a chave da casa a dona Maria.”
“Contei tudo a D. Francisca.”

8)      Antes de palavras no plural (quando o a estiver no singular):
 “Não obedecia a leis pouco conhecidas.”
 “O desentendimento levou-o a situações constrangedoras.”
 “Referia-se a cidades do interior.”
 “Não me refiro a mulheres, e sim a crianças.”
 “Não dê ouvidos a reclamações idiotas.”
 “A reunião será a portas fechadas.”
 “Tráfego proibido a motocicletas.”
 “Foi recebido a tiros.”

9)      Antes de substantivos repetidos, nas locuções adverbiais:
 “Ficou cara a cara.
 “Está frente a frente.”
 “Venceu de ponta a ponta.”
 “Caía gota a gota.”

10)  Antes de qualquer nome feminino tomado em sentido genérico ou indeterminado, isto é, sem artigo definido:
  
“Não fui a reunião nenhuma.” (= Não fui a encontro nenhum)
 “Ela é candidata a rainha do carnaval.” (= ...candidato a rei...)


Para exercícios com gabarito, visite o site:




Referência bibliográfica

SILVA, Sérgio Nogueira da. O português do dia-a-dia: como falar e escrever melhor. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2009.



[1] O conteúdo deste material foi retirado integralmente da apostila O Português do dia-a-dia, baseada do livro de mesmo nome, cujos diretos foram cedidos pelo professor Sérgio Nogueira da Silva à Universidade Estácio de Sá.



ANÁLISE TEXTUAL – CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL


Na língua culta, os indivíduos são exigentes tanto em relação à concordância nominal, quanto em relação à concordância verbal. Ao dizermos “As menina veste azul”, a ausência de concordância, tanto nominal, quanto verbal, marca-nos socialmente.  Observemos as sentenças a seguir:
  1. As duas menina bonita já saiu.
  2. A gente vamos ao cinema.
  3. Os pessoal já chegou.  

Ao lermos as três sentenças acima, percebemos que há inadequações na forma como as palavras foram combinadas. Para sanar os problemas nelas encontrados, é preciso:

  1. Os determinativos ‘as’ e ‘duas’ devem concordar com o substantivo menina. Além disso, será preciso ajustar o verbo de modo que ele concorde com o sujeito que ficará no plural (“saíram”).
  2. ‘A gente’, apesar de fornecer uma ideia de plural, vem acompanhado de verbo na terceira pessoa do singular.
  3. A palavra ‘pessoal’ nos fornece a ideia de plural, mas, por se tratar de substantivo coletivo, o verbo e o determinativo devem estar no singular.

Seguindo-se o exposto acima, as frases ficarão:

1’. As duas meninas bonitas já saíram.
2’. A gente vai ao cinema.
3’. O pessoal já chegou.

Assim, concordância nominal consiste na adaptação de determinantes e modificadores ao núcleo do sintagma nominal em questão, de uns nomes aos outros, harmonizando-se nas suas flexões com as palavras de que dependem. Quando pensamos na concordância verbal, tratamos de um processo de adaptação entre o sujeito e o verbo.


A CONCORDÂNCIA NOMINAL


REGRA GERAL. O adjetivo, o artigo, o numeral e o pronome adjetivo concordam com o substantivo em gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural).

Exemplo: Um médico atencioso / Uns médicos atenciosos / Uma médica atenciosa / Umas médicas atenciosas





REGRAS ESPECÍFICAS.

ADJETIVO POSPOSTO

1.  Concordância lógica ou concordância atrativa.  Quando o adjetivo vem posposto a dois ou mais substantivos no singular e do mesmo gênero, pode ir para o singular (concordância atrativa) ou plural (concordância lógica ou gramatical).

Exemplos: 

Fiquei encantado com as serras e a gente mineiras.
Fiquei encantado com as serras e a gente mineira.

Elas foram nora e filha dedicadas.
Elas foram nora e filha dedicada


Atenção. Quando os substantivos são do mesmo gênero os dois modos de se fazer concordância podem ser realizados, embora as primeiras sejam mais adequadas porque mostram que a característica é atribuída aos dois substantivos.

Quando o adjetivo se referir claramente ao último substantivo, a concordância com este será obrigatória.

Exemplo: O casaco e o perfume francês eram dele.

2. Concordância atrativa. Quando o adjetivo vem depois de dois ou mais substantivos no singular e de gêneros diferentes, o adjetivo vai para o plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.

Exemplo: O presidente vestia calça e paletó escuros (escuro).

Observação: A concordância do adjetivo com o último substantivo será obrigatória quando:

a) o sentido assim o exigir.
Exemplos: Comprei na feira um pano de chão e frutas frescas.

b) os substantivos forem sinônimos.
Exemplo: Minha tia passou por dor e sofrimento demasiado.

c) os substantivos estiverem no plural.
Exemplo: Eles estão sempre com os corações e as casas abertas.


ADJETIVO ANTEPOSTO.  A concordância é feita de acordo com a função sintática do adjetivo.

3a) Adjunto adnominal. Quando o adjetivo vier anteposto a mais de um núcleo substantivo do mesmo gênero e número ou não, ele concordará necessariamente com o substantivo mais próximo.
Exemplo:
Sua mãe e filhas podem ficar aqui.
Lembre-se: Sua é pronome adjetivo (indica posse).



3b) Predicativo. Quando o adjetivo funciona como predicativo de um sujeito composto ou de um objeto composto, preferencialmente, concorda com todos os núcleos desses termos. [1]

Exemplo: Pai e filho são talentosos. (‘talentosos’ é predicativo do sujeito composto ‘pai e filho’)
                 O policial encontrou o bandido e a vítima mortos. (‘Mortos’ é o predicativo do objeto ‘o bandido e a vítima’)
Atenção.
·        Quando os substantivos expressarem nomes próprios ou grau de parentesco, o adjetivo irá, obrigatoriamente, para o plural.

Exemplos: Fomos à casa dos seus adoráveis sogro e sogra.
As belas Ana e Luísa são primas.

No caso de substantivos de gêneros diferentes, o adjetivo irá para o masculino plural.

Exemplo: O aluno e a aluna estão aprovados.


4) No caso de mais de um adjetivo qualificar ou determinar o mesmo substantivo, podem ser dadas à frase várias formas.

Exemplos: O primeiro e o segundo turno foram anulados.
Primeiro e segundo turnos foram anulados.
O primeiro turno e o segundo foram anulados.


(Estilisticamente, as duas primeiras construções são preferíveis, pois a terceira, apesar de o adjetivo estar no plural, pode trazer um pouco de incerteza: o primeiro turno também foi anulado?).

Atenção. Quando temos um substantivo e mais de um adjetivo, devemos observar em relação ao uso do artigo que:
a) quando o substantivo estiver no plural, não se usa o artigo antes dos adjetivos.
Exemplo: Quando criança, estudávamos os idiomas francês e inglês.
b) se o substantivo estiver no singular, o uso do artigo será obrigatório a partir do segundo adjetivo.
Exemplo: Estudo a língua inglesa, a francesa e a italiana.



OUTROS CASOS.

5) O adjetivo irá para o plural quando o substantivo, mesmo no singular, vier precedido das expressões "um e outro", “um e outro” ou "nem um nem outro".

Exemplos: Não posso fazer um e outro trabalho cansativos.
                                                                                                substantivo        adjetivo                 

Nem um nem outro aluno doentes fizeram a prova.

                                             substantivo   adjetivo                 

6) Caso o adjetivo venha antecedido das expressões "alguma coisa" ou "qualquer coisa", mais a preposição "de", vai para o masculino. Caso contrário, vai para o feminino.


Exemplos:
Alguma coisa de aterrador aconteceu ontem.
Alguma coisa aterradora aconteceu ontem.




ALGUMAS CURIOSIDADES NO USO DE CERTOS SUBSTANTIVOS, ADJETIVOS E ADVÉRBIOS

Anexo, apenso, incluso, junto, separado. Todas essas palavras são adjetivos e concordam em gênero e número com o substantivo ao qual se refere[2].

Exemplos:
Seguem anexas às cartas as contas de telefone.
Anexo ao e-mail, coloquei o arquivo de que você precisava.
Está incluso ao processo o seu pedido.
Elas estão separadas há muito tempo.
As planilhas de custo estão apensas aos documentos.

Atenção. A expressão ‘em anexo’ é invariável.

É bom, é necessário, é proibido. Essas expressões concordam obrigatoriamente com o substantivo a que se referem, quando for precedido de artigo. Caso contrário são invariáveis.

Exemplos: É necessário ter paciência. 
A paciência é necessária ao homem.

Menos[3], pseudo. Menos é advérbio; pseudo é prefixo. Assim, ficam sempre invariáveis.
Exemplos: Tinha menos experiência agora. (‘Experiência’ é um substantivo feminino e, ainda assim, a palavra ‘menos’ não varia).
Todos estavam alerta.
É uma pseudo-heroína.
    
Monstro. Todo substantivo no papel de adjetivo é INVARIÁVEL. Assim, não devemos dizer “Ela é uma monstra.” e sim “Ela é um monstro.”

Obrigado, servido.  Usado como forma de agradecimento deve concordar em gênero e número com o emissor.
Exemplos: Muito obrigadas - disseram as moças.
Estamos servidos – afirmaram os homens.

Óculos.  É um substantivo plural e deve ser usado sempre com os determinantes e o verbo no plural.
Exemplo: Meus óculos quebraram quando caíram no chão.


Qualquer e quaisquer.  A palavra ‘qualquer’ possui como plural ‘ palavra ‘quaisquer’.
Exemplos:
Traga qualquer livro.
Traga quaisquer livros.

Quite. A palavra ‘quite’ é o particípio irregular do verbo quitar e funciona, frequentemente, como adjetivo concordando apenas em número com seu referente, ou seja, não varia em gênero, somente em número.

Exemplos: Os deputados ficaram quites com suas obrigações na Câmara.
Ela está quite com a financeira.

. Palavra que pode funcionar como adjetivo, com o significado de ‘sozinho’ ou como advérbio, sendo sinônimo de ‘somente’. Da mesma forma que o adjetivo quite acima, o adjetivo , apenas fará concordância de número com seu referente. Lembrem-se de que, quando advérbio, não varia!


Exemplos: Aquelas médicas venceram na vida por si sós.
Esse rapaz vive no mundo.

A palavra ‘só’ é invariável quando significa apenas/somente.

Exemplos: Eles queriam ficar na sala. (apenas)



CONCORDÂNCIA VERBAL

Assim como os determinantes e os modificadores concordam com o substantivo em gênero e número, o verbo também precisa participar desse processo de concordância. Todavia, ressaltamos a relevância dos estudos da sintaxe para que o sujeito da oração seja corretamente identificado, pois só desta forma que o verbo receberá adequada flexão. 

Vejam este trecho do nosso belo Hino Nacional:


“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante”

Por que o verbo está no plural, OUVIRAM? Simples: porque o sujeito deste verbo é AS MARGENS PLÁCIDAS. Esta frase está na ordem inversa! Se você não reconhece o sujeito, não percebe a personificação desta poesia. Viram como é importante saber análise sintática?

Vamos ao trabalho!

REGRA GERAL.  A regra geral é a de o verbo concordar com o sujeito em número e pessoa.
O carro enguiçou.
Os carros enguiçaram.



REGRAS ESPECIAIS COM O SUJEITO COMPOSTO.          

1 Sujeito composto antes do verbo
 a) o verbo vai para o plural:
 Exemplo: Mariana e Paulo são as finalistas do concurso literário.

 b) o verbo poderá ficar no singular ou ir para o plural:

  • Se os núcleos do sujeito forem sinônimos.
Exemplo: A libertinagem e a devassidão destruiu / destruíram Roma. [4]

  • Quando os núcleos formam uma gradação.
Exemplo: Uma palavra, um gesto, um olha bastava/bastavam para se entenderem. 2

c) Quando os núcleos aparecem seguidos de aposto resumitivo: com as palavras tudo, nada, ninguém.  O verbo concorda com o aposto.


Exemplo: Diretores, atores, fãs, ninguém gostou da festa.

                                                 aposto resumitivo

Diretores, atores, fãs, todos gostaram da festa.
                            
                        aposto resumitivo


2. Sujeito composto depois do verbo. O verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo, se este estiver no singular.

Exemplo: Viajaram para a Disney ela e as primas.
Viajou para a Disney ela e as primas.

3. Sujeito composto por pessoas diferentes.

a) quando aparece a 1ª pessoa do singular o verbo vai para a 1ª pessoa do plural.
Exemplo: Ana e eu estudaremos juntas no próximo semestre.

b) se o sujeito for formado de segunda e terceira pessoas do singular, o verbo pode ir para a 2ª ou 3ª pessoa do plural.
Exemplo: Tu e ela estudareis juntas no próximo semestre.  
Tu e ela estudarão juntas no próximo semestre.   


4. Núcleos do sujeito ligados por OU.


a) Se houver ideia de exclusão ou de retificação. Nesse caso, a ação ou fato só pode ser atribuído a um dos núcleos: o verbo fica no singular ou concordará com o núcleo do sujeito mais próximo.
Exemplos: Aécio ou Serra será o candidato do Partido. (ideia de exclusão)
Escultura ou pinturas eram do século XVIII. (ideia de exclusão)
O professor ou os professores elaboraram as questões. (ideia de retificação)

b) Se não houver ideia de exclusão. Quando a ação ou fato pode ser atribuído a ambos os núcleos, o verbo vai para o plural na pessoa gramatical predominante. 
Exemplo: Tu ou a prima dela sereis sempre odiados por todos.

c) Se houver ideia de retificação. O verbo concordará com o mais próximo.

5. Núcleos do sujeito ligados por COM. O verbo irá para o plural, mas pode concordar com o primeiro núcleo, se o objetivo for realçá-lo.  
Exemplo: O pai com o filho deu / deram o depoimento em Paris.

6.                  Sujeito coletivo ou partitivo. Quando houver expressões quantitativas seguidas de expressão determinante, a concordância é facultativa, ou seja, o verbo concorda com o núcleo ou com o determinante, quando este último aparecer na sentença.



Exemplos: A multidão aplaudiu a fala do presidente sobre o pré-sal.


                                                                         

A maioria dos alunos fez os exercícios.


                                                                      A maioria dos alunos fizeram os exercícios.




Um grupo de alunos faltou à prova. (grupo = nome coletivo)



Um grupo de alunos faltaram à prova.



6.1. Sujeito formado por expressões percentuais.  Bechara (1999:566) considera que, nas expressões numéricas de porcentagem “[...] a tendência é fazer concordar o verbo com o termo preposicionado que especifica a referência numérica.”
Exemplo:
Vinte por cento dos alunos ainda não fizeram o trabalho.

6.2.  Sujeito formado por expressões: outros casos.

a) Um ou outro. O verbo concorda no singular com o sujeito.
Exemplo: Um ou outro fazia o almoço aos domingos. 

b) Um e outro, nem um nem outro, nem (...) nem (...). A concordância nesse caso é facultativa, ou seja, o verbo pode ficar no singular ou no plural. No entanto, Bechara (1999:556) e outros autores respeitados consideram mais comum o uso do verbo no plural. 
Exemplo: Um e outro trabalha / trabalham com informática.  
Nem um nem outro comprou / compraram a comida.

c)                  Um dos que, uma das que. O verbo pode ficar no singular ou no plural. Novamente, entre outros, Bechara (1999:562) considera a necessidade do uso do verbo no plural mais forte para que se mantenha o efeito de sentido.
Exemplo: Ele é um dos que mais  compra / compram livros.  

d)                 Mais de, menos de. O verbo concorda com o numeral a que se refere.
Exemplos: Mais de um vereador votou contra a lei.
 Mais de vinte vereadores votaram contra a lei.

Se a expressão for mais de um o verbo fica no singular.


e)                 Quais de vós, quantos de nós, alguns de nós, poucos de nós, nenhum de nós etc. Quando o sujeito for representado por locução pronominal ou pronome pessoal preposicionado, a concordância será feita de acordo com o núcleo do sujeito. 

Exemplos: Nenhum de nós foi à festa.  (O núcleo do sujeito é ‘nenhum’ e está no singular)
Muitos de nós não foram à festa. (O núcleo do sujeito é ‘muitos’ e está no plural)


f)                   Um milhão. O verbo pode concordar com a palavra ‘milhão’ ou concordar atrativamente com o especificador.
Exemplos:
Um milhão de pessoas já votou.
Um milhão de pessoas já votaram.

g)                 Núcleo do sujeito formado por fração.  Quando o núcleo do sujeito é formado por uma fração, o verbo deve concordar com o numerador.
Exemplo: Um terço dos alunos já saiu.[5]
Dois terços dos alunos já saíram.

h)                 Um de nós, boa parte, um bando, metade, muitos de nós. Nesses casos, a concordância com o núcleo é obrigatória.[6]
Exemplos:
Um de nós saiu cedo. (‘Um’ é o núcleo = verbo no singular)
Muitos de nós estudaram para a prova. (‘Muitos’ é o núcleo= verbo no plural)


7. Sujeito formado por nome próprio pluralício.  Quando o sujeito é um substantivo usado somente no plural, há duas possibilidades:

a) se o substantivo não vier precedido de artigo fica no singular.
Exemplos: Estados Unidos é a maior potência econômica do mundo.
Minas Gerais possui um povo muito hospitaleiro.

b) se o substantivo for precedido de artigo, o verbo vai para o plural.
Exemplos: Os Estados Unidos são a maior potência do mundo.
As Minas Gerais possuem um povo muito hospitaleiro.


8. Sujeito formado por pronome de tratamento.  Quando o sujeito é um pronome de tratamento, temos um caso especial de concordância: o pronome possessivo é o de terceira pessoa. O que acaba nos induzindo ao erro é a ideia de que haveria o par vossa/vosso e, portanto, o uso do pronome oblíquo ‘vós’. É comum vermos exemplos como “Vossa excelência deve apresentar vossa proposta”.[7] Nesses casos:


  • o verbo vai para a 3ª pessoa;
  • o adjetivo deverá indicar o sexo da pessoa a que se referir;
  • o pronome iniciado por Vossa é de segunda pessoa e o pronome iniciado por Sua é de terceira pessoa.



Exemplos: Vossa Excelência foi correto corretamente, assim como seus correligionários.



                               Verbo na 3ª pessoa    Adjetivo no masculino: indicativo de que o referente é do sexo masculino

Vossas Excelências votaram a nova lei.

             
9. Sujeito formado pelos pronomes relativos QUE e QUEM.

a) se o sujeito for o pronome relativo QUE, o verbo concordará em número e pessoa com o antecedente do pronome.
Exemplos: Fui eu que liguei o rádio.
Foram eles que ligaram o rádio
Fomos nós que ligamos o rádio.

b) se o sujeito for o pronome QUEM, antecedido pelo pronome eu, o verbo fica na 3ª pessoa do singular. Nos demais casos, tem-se a concordância com o pronome.
Exemplo: Não sou eu quem paga a conta.  
Fui eu quem pagou a conta.
Fomos nós quem pagamos a conta.

Observação: Na língua falada, é comum o verbo concordar com o antecedente do pronome QUEM e ouvirmos “Não sou eu quem pago a conta.” No entanto, a prescrição gramatical condena esse uso, considerando-o um desvio da norma culta.

10. O sujeito é formado por uma oração. Nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular.
Exemplos: Faltava resolver alguma pendência na última hora.
                           Oração subordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo.

Faltava comprar cinco blusas para a quermesse.
 Oração subordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo.


11. O núcleo do sujeito é formado por infinitivos. O verbo vai para o plural se os infinitivos forem determinados por artigos. Caso os infinitivos não aparecerem determinados o verbo poderá ficar no singular.

Exemplo: Andar e nadar é um ótimo exercício.
 
O andar e o nadar são ótimos exercícios. .


Prezados alunos,

Acessem em nossa biblioteca o arquivo sobre infinitivo flexionado.




12. Verbo com a partícula apassivadora SE (se + verbo transitivo direto). O verbo normalmente concorda com o sujeito porque o ‘SE’ faz a frase ser passiva, ou seja, o sujeito é quem sofre a ação do verbo.

Exemplo: Vende-se apartamento. / Vendem-se apartamentos.

Nos exemplos acima, ‘apartamento’ ocupa a função de sujeito e, por isso, o verbo concorda com ele, ficando, respectivamente, no singular e no plural. As frases acima correspondem à “Apartamento é vendido” e “Apartamentos são vendidos.”


13. Verbo com índice de indeterminação do sujeito (se + verbo intransitivo; se + verbo transitivo indireto; se + verbo de ligação).  O verbo fica na 3ª pessoa do singular porque a partícula ‘se’ tem a função de tornar o sujeito indeterminado e, nesse caso, o verbo fica obrigatoriamente no singular.

Exemplos:

Vive-se feliz no interior. (‘Viver’ é verbo intransitivo)
Precisa-se de pedreiros.  (‘Precisar’ é verbo transitivo indireto: precisar ‘de’)[8]
Permanece-se feliz no interior.  (‘Permanecer’ é verbo de ligação)


14. Haja vista.  As regras de concordância com essa estrutura são variáveis.  

a)                 A expressão fica invariável, quando significa ‘por exemplo’.
Exemplo: Haja vista os problemas da sociedade, haverá sempre crianças na rua.  

b)                 A expressão vai para o plural, quando significa ‘vejam-se’.
Exemplo: Hajam vista os livros da escola.

 15. A concordância com os verbos impessoais. Esses verbos constroem orações sem sujeito e ficam na 3ª pessoa do singular.

Exemplos: Havia cinco anos que sonhávamos com essa viagem.
Faz dois anos que recebemos a carta.
Não os vejo três meses.

O mesmo acontece com os verbos que formam oração sem sujeito como “Chovia muito quando chegamos ao aeroporto.” No entanto, quando esses verbos que exprimem fenômenos da natureza são usados em sentido figurado deixam de ser impessoais.
Exemplo: Choviam lágrimas de seus olhos. (sentido metafórico)


16. Concordância do verbo SER.  Seguindo a relação sintática que se estabelece entre o sujeito e o verbo, o mais comum é que o verbo ser concorde em com o sujeito.
Exemplos: Ele era muito aplicado.
Eles eram muito aplicados.

No entanto, em muitos casos, esse verbo adequa-se à flexão do predicativo.  É que veremos a seguir.

a)                 O verbo ser concorda com o predicativo nos seguintes casos:
  • Quando o substantivo ou pronome designa pessoa.
Exemplos: Sua maior alegria eram os alunos.
O maior acionista foste tu.


Embora ouçamos com frequência “O escolhido foi eu.” A forma prescrita é “O escolhido fui eu”, já que o verbo ‘ser’ deve concordar com o predicativo ‘eu’.
  • Se o predicativo for o pronome demonstrativo o, o verbo SER fica no SINGULAR:
Exemplos:
“Problemas é o que não lhe falta.”

  • Nas indicações de tempo e de distância, ele é neutro, ou seja, relaciona-se a horas, distâncias e datas, concordando com o numeral a que se refere.
Exemplos:
É uma hora.
São dez horas.
Hoje é primeiro de abril.
Hoje são 30 de abril. [9]
Daqui à praia será um quilômetro.
Daqui à praia serão dois quilômetros.


·                    Quando o sujeito for um dos pronomes que, quem e o que o verbo SER concordará obrigatoriamente com o predicativo.
Exemplo: Que são homônimos?
Quem foram os vencedores do campeonato?

·                    Quando o sujeito for representado pelos pronomes tudo, isso, aquilo, isto, ninguém, nenhum ou expressão do tipo de o resto, o mais, etc. o verbo SER concorda, preferencialmente, com o predicativo. [10]
Exemplos: Tudo são flores no início da relação.
Isto são fenômenos da natureza.
O resultado da pesquisa foram mais incertezas sobre o tema.

b)      Quando o sujeito da oração é constituído por expressões que indicam quantidade, preço, valor, medida e o verbo ser aparece nas expressões é muito, é pouco, é bastante o verbo SER permanece na 3ª pessoa do singular.  
Exemplos: Quatro reais é pouco para irmos ao cinema.
Seis quilos de feijão é mais do que pedi.


17. Concordância do verbo PARECER. O verbo PARECER antes de infinitivos admite duas concordâncias:

c)                  O verbo PARECER se flexiona e o infinitivo não varia.
Exemplo: As paredes do prédio pareciam estremecer.

d)                 Não varia o verbo PARECER e o infinitivo é flexionado.
Exemplo: Os alunos parecia concordarem com o diretor da escola.

e)                 O verbo PARECER concordará no singular, usando-se oração desenvolvida.
Exemplo: As paredes parece que estão estremecidas.


18. Os verbos HAVER e EXISTIR.

O verbo HAVER, quando indica tempo decorrido ou quando usado no sentido de “existir”, deve ser usado sempre na 3ª pessoa do singular e isso também ocorre quando o verbo HAVER for o verbo principal de uma locução verbal. [11] Quando acompanhado de verbo auxiliar, esse fica invariável na 3ª pessoa do singular.

Exemplos: Há cinco anos não falávamos com Rita.
Devia haver cinco anos que não falávamos com Rita.


O verbo HAVER fica no singular porque não tem sujeito ( = sujeito inexistente), mas os seus sinônimos têm sujeito e devem concordar. Assim, o verbo EXISTIR é pessoal (= com sujeito) e deve concordar com o seu sujeito.
Exemplos:
EXISTE no Brasil uma tendência à desorganização. ( = sujeito singular)
Na rua, EXISTEM vário carros azuis.(= sujeito plural)
                  
19.  O verbo FAZER indicando tempo decorrido. Quando usamos o verbo ‘fazer’ para indicar tempo decorrido ele é impessoal e, portanto, fica no singular. 

Exemplo: “Faz três dias que ele não sai de casa.”

 Quando usamos a expressão ‘vai fazer’ também iremos manter ambos os verbos no singular, já que temos a ideia de tempo decorrido. "Vai fazer dois anos que não viajamos.”                  
           
20.  A concordância com dar e sinônimos aplicados a horas. Os verbos dar, bater e soar, quando usados para indicar hora, devem concordar com as horas quando não há sujeito expresso.
Exemplos:
Deu uma hora.
O relógio deu dez horas.[12]


. Saiba mais:

Comentários do Professor Pasquale sobre concordância

O desvio da concordância

Os numerais da discórdia

Troca de papeis

O tropeço da conversa

Casos especiais de concordância



Referências bibliográficas

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37ª ed. Revista e ampliada. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999.

CIPRO NETO, Pasquale. Nossa língua em letra e música. São Paulo: EP&A, 2002.

DORNELLES, José Almir Fontella. A gramática do concursando. 13ª ed. Brasília: Vestcon, 2002.

SILVA, Sérgio Nogueira da. O português do dia-a-dia: como falar e escrever melhor. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2009.

FARACO, Carlos Alberto e TEZZA, Cristóvão. Oficina de texto. 3ª ed. Petrópolis, RJ:Vozes, 2003.

INFANTE, Ulisses. Curso de gramática aplicada aos textos. 5ª ed. São Paulo: Scipione, 1999.

MOURA, Fernando. Gramática aplicada ao texto. 2ª ed. Brasília: Vestcon, 2002.

PIMENTEL, Ernani Figueiras. Gramática pela prática. 6ª ed. Brasília: Vestcon, 2002.





[1] Não há concordância entre os gramáticos quando à concordância do predicativo com o núcleo mais próximo. Recomendamos que ao estudar para um concurso público, façam-no sempre através da(s) gramática(s) recomenda(s) pela banca.
[2] Vale ressaltar a importância de se encontrar o núcleo do sintagma nominal a que se referem estas palavras para que a concordância seja adequada. Exemplo: Seguem anexas as planilhas... Só usamos anexas, porque reconhecemos o núcleo planilhas.
[3] Retomando a questão da variação linguística discutida na aula2, usar a palavra ‘menas’ marca o falante de uma forma negativa. Lembrem-se: ‘Ela usa menOs  roupa que  eu’ e não ‘Ela usa menas roupa que eu.’
[4] Exemplos retirados de Dornelles (2004:178).
[5] Ainda que haja autores que considerem aceitável  o uso do verbo no plural nessa construção, alguns professores, entre eles o Professor Sérgio Nogueira, recomendam que o verbo fique no singular.
[6] Nesse caso também há diferentes opiniões. No entanto, a maior parte dos autores considera que a concordância com o núcleo é a que deve ser priorizada.
[7] Exemplo retirado de  CIPRO NETO (2002).
[8] Nesse exemplo, a presença da preposição ‘de’ indica que a partícula ‘se’ é indeterminadora do sujeito.
[9] Alguns autores defendem uma concordância com a palavra ‘dia’ subentendida. Exemplo: Hoje é (dia) quatro de maio.  Sugere-se o uso da palavra ‘dia’ como forma de evitar que se entre em discussões desnecessárias.
[10] Mais uma vez, Bechara (1999:558) comenta que considere melhor que o verbo fique no plural: “A concordância normal com o sujeito ocorre, apesar de mais rara.” E exemplifica com a frase “Tudo é alegrias.”.
[11] Locução verbal é quando juntamos dois ou mais verbos. O verbo principal é o último. Exemplo:                 “Deve haver livros sobre a mesa.”
                  

[12] Neste exemplo, ‘dez horas’ é objeto direto do verbo ‘dar’ e, por isso, não determina a flexão verbal.






ANÁLISE TEXTUAL – REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL



O que significa estudar ‘regência’?

A relação de regência, seja nominal, seja verbal, envolve uma relação de dependência entre dois termos: um termo que exige a presença de outro, chamam-se regentes ou subordinantes; os que completam a significação dos anteriores chamam–se regidos ou subordinados.  A palavra ‘regência’ vem do verbo reger, do latim Regere = dirigir, guiar, conduzir, governar. Assim, regente é o termo que DIRIGE, CONDUZ, GOVERNA, e regido é aquele que é DIRIGIDO, CONDUZIDO, GOVERNADO.

Temos dois tipos de regência em Português:

a) Quando o termo regente é um verbo temos a regência verbal.
Exemplo: As crianças confiam em seus pais.

b) Quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), ocorre a regência nominal.

Exemplo: As crianças têm confiança em seus pais

Na regência verbal, o termo regido pode ser ou não preposicionado, já que objetos diretos também são termos regidos pelo verbo; na regência nominal, o termo regido é obrigatoriamente preposicionado.


REGÊNCIA VERBAL

A regência verbal é o estudo da relação entre os verbos e os objetos diretos e indiretos, termos que os complementam, e os adjuntos adverbiais, termos que os caracterizam. Estudar a regência verbal melhora a capacidade de expressão, já que nos permite conhecer os diferentes significados que um verbo assume, simplesmente porque lhe acrescentamos ou suprimimos uma preposição.

Exemplos:

O presidente agrada o povo. -> agradar significa acariciar, contentar.

O presidente agrada ao povo. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer.

Assim: "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém”.

            O termo que completa o sentido de um verbo é chamado OBJETO. O objeto (termo regido) pode estar ligado (ao termo regente) por meio da preposição ou não. Se completar o verbo sem preposição obrigatória, recebe o nome de objeto direto, e pode ocorrer em período simples ou composto por subordinação.[1]
Em nossa aula 2, apresentamos parte do quadro abaixo,  com algumas construções comuns na oralidade, mas não condizentes com a norma culta. Vamos relembrá-lo:

         Uso comum na fala
                Norma culta
 Assisti o filme.
 Assisti ao filme.
 Atenda o chamado.
 Atenda ao chamado.
 Dei o livro para ela.
 Dei o livro à ela.
 Ensina para os alunos.
 Ensina aos alunos.
 Evite de fazer compras inúteis.
 Evite fazer compras inúteis.
 A reforma implicou em gastos não previstos.
 A reforma implicou gastos não   previstos.
 Maria namora com João.
 Maria namora João.
 Obedeça o regulamento.
 Obedeça ao regulamento.
 Já paguei o marceneiro.
 Já paguei ao marceneiro.
 Perguntou para o professor.
 Perguntou ao professor.
 Prefiro mais abacaxi do que manga.
 Prefiro abacaxi à manga.
 Responda o questionário.
 Responda ao questionário.


Em nossa biblioteca, há um arquivo chamado Verbos, nomes e a transitividade. Nele, há uma lista de verbos, suas transitividades e os diferentes significados que alguns verbos assumem.



Os pronomes como complementos verbais


Embora muitas pessoas utilizem o pronome ‘ele’ e suas variantes (ela, eles, elas) como complemento verbal, esse pronome é um pronome pessoal do caso reto que somente deve funcionar como sujeito ou como complemento verbal somente quando aparecer acompanhado de preposição.

Exemplos:

Ele saiu cedo.
Nós demos a elas os livros de presente.

De acordo com a prescrição, os pronomes oblíquos é que devem ser usados como complementos verbais.

a) Os pronomes o, a, os, as são complemento de verbos transitivos diretos, logo funcionam como objeto direto.

b) Os pronomes lhe, lhes são complementos de verbos transitivos indiretos, logo funcionam como objeto indireto.

Exemplos:
Eu quero uma blusa.
—> Quero-a.
Eu quero a meus pais.
—> Quero-lhes.

Ele pagou o empréstimo.
—> Pagou-o.
Ele pagou ao gerente.
—> Pagou-lhe.

Ele convidou meus pais.
—> Ele convidou-os.
Eu obedeço a meu pai.
—> Eu obedeço-lhe.

Importante.  No exemplo acima, há duas formas possíveis para a redação, ambas em acordo com a prescrição:
Ele convidou-os.
Ele os convidou.
No entanto, por uma questão de escrita, opta-se pela próclise sempre que o sujeito aparece antes do verbo. Se houvesse uma palavra de sentido negativo, a próclise seria obrigatória.
Ele não os convidou.

Prezados alunos,
Há na biblioteca um arquivo chamado Aspectos gerais sobre a colocação pronominal, importante para que você faça nossos exercícios.

Frequentemente, esquece-se da relação entre o pronome oblíquo e o complemento verbal e eles acabam sendo usados de forma incorreta.

Exemplos:
a) Ana deve ajudá-LO.
‘Ajudar’ é um verbo transitivo direto.
b) Ele deve obedecer-LHE.
‘Obedecer’ é um verbo transitivo indireto: quem obedece, obedece a alguém.
a)                 Ele deve informá-LO dos acontecimentos.
‘Informar’ é um verbo bitransitivo e pede, portanto, um complemento sem preposição (-LO) e um complemento preposicionado (‘dos acontecimentos’). Há duas possibilidades: informar alguém de algo ou informar algo a alguém.
Exemplos:
d) Ele deve informá-LO (= objeto direto) dos acontecimentos (=objeto indireto).
e) Ele deve informar-LHE (=objeto indireto) os acontecimentos (=objeto direto).


REGÊNCIA NOMINAL

Os nomes – substantivos, adjetivos e advérbios – também podem exigir complemento para completar-lhes o sentido. Geralmente, essa relação entre o nome e seus complementos é estabelecida pela presença de preposição.

Exemplos:

Esse comportamento é impróprio para menores.

Ficamos contentes por você.
                   
Os alunos votaram favoravelmente ao projeto.
                     

USO DAS PREPOSIÇÕES – CASOS ESPECIAIS

No livro O português do dia-a-dia: como falar e escrever melhor do Professor Sérgio Nogueira, há diversos casos interessantes acerca do uso das preposições. Escolhemos apenas alguns para discutir nesta aula.
1.      A expressão correta é EM NÍVEL.

Exemplo: O problema só será resolvido em nível federal.

Lembramos que a expressão "A NÍVEL DE" é um modismo a ser evitado.

2.      DELE ou DE ELE?

a)     DELE corresponde a um pronome possessivo:
Exemplo: O dinheiro dele acabou antes do esperado.
b)     DELE também pode ser a combinação da preposição de com o pronome pessoal oblíquo tônico ele, na função de objeto indireto:
Exemplo: Nós gostamos muito dele.
c)      DE ELE é a preposição de e o pronome pessoal reto ele. Só pode ser usado quando ele for sujeito de uma oração reduzida de infinitivo:

Exemplo: Saímos antes de ele chegar.  (= de que ele chegasse)
Apesar de ele ter viajado sozinho, prefiro não telefonar.

O segredo é o verbo no INFINITIVO. Só podemos usar DE ELE quando houver o verbo no infinitivo:
Saímos antes de ele chegar.[2]
  
             Essa regra também se aplica em outros casos:
a)     preposição + artigo:
 Exemplo: As demissões ocorreram depois de o banco ter decretado falência.
 b) preposição + pronome demonstrativo:
Exemplo: O empresário assinou o contrato, apesar de essas cláusulas não garantirem uma margem de segurança.

3.      A forma prescrita é TEM DE. Embora o uso da forma TEM QUE esteja consagrado e muitos autores considerem as duas formas aceitáveis, deve-se utilizar, preferencialmente, a forma ‘tem de’.

Exemplo: Nós temos de pagar nossas dívidas. 

4.      PARA MIM ou PARA EU? Devemos observar que:

a) ‘eu’ é um pronome pessoal do caso reto e exerce a função de sujeito;
b) mim’ é um pronome pessoal oblíquo tônico, nunca exerce a função de sujeito e, obrigatoriamente, deve ser usado com preposição: a mim, de mim, entre mim, para mim, por mim...

Exemplos:
Eu comprei o livro. (= sujeito)
Eu comprei o livro para MIM. (= não é sujeito)
Entretanto, observe o exemplo abaixo:
Eu comprei o livro PARA EU ler.
      Nesse caso, são duas orações. “Eu comprei o livro” é a oração principal e  “para EU ler” é oração reduzida de infinitivo (= para que eu lesse). Devemos usar o pronome pessoal reto (= EU), porque exerce a função de sujeito do verbo infinitivo (= ler).  Resumindo: a diferença entre PARA MIM e PARA EU está na presença ou não de um verbo (= sempre no infinitivo) após o pronome:
Este livro é PARA MIM.
Este livro é PARA EU ler.
      Portanto, sempre que houver um verbo no infinitivo, devemos usar os pronomes pessoais retos. Isso ocorrerá com qualquer preposição:
Exemplos:
Eles compraram o carro antes DE MIM.
Ela almoçou antes DE EU chegar.
Meus pais fizeram isso POR MIM.
Ele fez isso POR EU estar com dúvidas.

Observe, no entanto, a mudança no significado trazida pelo uso da vírgula:
1.      “PARA EU comprar este carro, foi preciso que meus pais ajudassem.”
2.      “PARA MIM, comprar este carro foi uma grande conquista.”

Na primeira frase, o pronome pessoal reto (= EU) é o sujeito do infinitivo (= comprar); na segunda frase, a vírgula indica que o PARA MIM está deslocado. Devemos usar o pronome oblíquo (= MIM), pois não é o sujeito do verbo comprar.

5.            Não há nada ENTRE EU E VOCÊ ou ENTRE MIM E VOCÊ?

Como explicamos acima, ‘eu’ é pronome pessoal reto e só pode ser usado na função de sujeito. Assim:
a) com verbo no infinitivo: “Não há nada ENTRE EU sair e você ficar em casa...”;
b) sem verbo no infinitivo: “Não há nada ENTRE MIM E VOCÊ.”
     
6.      A QUEM.  Quando o substantivo que antecede o pronome relativo é pessoa, podemos usar o pronome ‘quem’

Exemplo: Este é o gerente A QUEM encontrei no congresso.

7.      DE QUE ou DE QUEM ou DO QUAL.

a)                 São recursos DE QUE (ou DOS QUAIS) a empresa dispõe.
(= a empresa dispõe DOS RECURSOS)

b) São os analistas DE QUEM ou DOS QUAIS a empresa dispõe.
                     (= a empresa dispõe DOS ANALISTAS)
c1) É a secretária do diretor DA QUAL ele gosta muito.
                      (= ele gosta muito DA SECRETÁRIA)

C2) É a secretária do diretor DO QUAL ele gosta muito.
 (= ele gosta muito DO DIRETOR).
           Quando houver dois antecedentes (= a secretária do diretor), devemos evitar o pronome QUEM porque gera ambiguidade (= duplo sentido). Em “É a secretária do diretor DE QUEM ele gosta muito”, não saberíamos se ele gosta muito da secretária ou do diretor.

OBSERVAÇÃO:
                   Também devemos usar o pronome relativo QUAL sempre que vier antecedido de preposição que não seja monossílaba (= após, contra, desde, entre, para, perante, sobre...):
                   “Este é o assunto SOBRE O QUAL conversamos ontem.”
                   “Este é o torneio PARA O QUAL eles treinaram tanto.”

8.      CUJO. O pronome relativo ‘cujo’ deve ser usado sempre que houver ideia de posse.[3]  

Exemplos:
Aqui está o engenheiro DE CUJO relatório ninguém gostou.
                                  
               A preposição ‘de’ é exigência do verbo ‘gostar’

Este é o engenheiro A CUJO relatório eu me referi.

                       O verbo ‘referir’ rege a preposição ‘a’.
Este é o gerente COM CUJAS ideias eu não concordo.

O verbo ‘concordar’ rege a preposição ‘com’.

Este é o livro EM CUJAS páginas li aquela teoria.
(= eu li aquela teoria NAS PÁGINAS)

Este é o poeta CUJA obra foi premiada.
(= A OBRA foi premiada – sem preposição).

ATENÇÃO.  Não se usa artigo definido entre o pronome ‘cujo’ e o substantivo.
Exemplo: Esta é a empresa CUJO presidente viajou para Brasília.

Saiba mais:

A dança do verbo regente




Referências bibliográficas
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37ª ed. Revista e ampliada. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999.
CIPRO NETO, Pasquale. Nossa língua em letra e música. São Paulo: EP&A, 2002.
DORNELLES, José Almir Fontella. A gramática do concursando. 13ª ed. Brasília: Vestcon, 2002.
SILVA, Sérgio Nogueira da. O português do dia-a-dia: como falar e escrever melhor. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2009.
FARACO, Carlos Alberto e TEZZA, Cristóvão. Oficina de texto. 3ª ed. Petrópolis, RJ:Vozes, 2003.
INFANTE, Ulisses. Curso de gramática aplicada aos textos. 5ª ed. São Paulo: Scipione, 1999.
MOURA, Fernando. Gramática aplicada ao texto. 2ª ed. Brasília: Vestcon, 2002.
PIMENTEL, Ernani Figueiras. Gramática pela prática. 6ª ed. Brasília: Vestcon, 2002.





[1] Nesta aula, trataremos apenas das relações de regência entre o verbo e seus complementos regidos por preposição.
[2] Segundo o Professor Sérgio Nogueira, essa regra não é rígida. Muitos autores aceitam a contração da preposição com o pronome como uma variante linguística. Exemplo: “Cheguei antes dele sair.” No entanto, embora essa a maneira como muitas pessoas falam, ela não deve ser utilizada em textos formais.
           
[3] Todos os exemplos foram retirados de Silva (2009).
i� �/i a { ��� ca ocorrerá crase:
“Entreguei a chave da casa a dona Maria.”
“Contei tudo a D. Francisca.”

8)      Antes de palavras no plural (quando o a estiver no singular):
 “Não obedecia a leis pouco conhecidas.”
 “O desentendimento levou-o a situações constrangedoras.”
 “Referia-se a cidades do interior.”
 “Não me refiro a mulheres, e sim a crianças.”
 “Não dê ouvidos a reclamações idiotas.”
 “A reunião será a portas fechadas.”
 “Tráfego proibido a motocicletas.”
 “Foi recebido a tiros.”

9)      Antes de substantivos repetidos, nas locuções adverbiais:
 “Ficou cara a cara.
 “Está frente a frente.”
 “Venceu de ponta a ponta.”
 “Caía gota a gota.”

10)  Antes de qualquer nome feminino tomado em sentido genérico ou indeterminado, isto é, sem artigo definido:
  
“Não fui a reunião nenhuma.” (= Não fui a encontro nenhum)
 “Ela é candidata a rainha do carnaval.” (= ...candidato a rei...)


Para exercícios com gabarito, visite o site:




Referência bibliográfica

SILVA, Sérgio Nogueira da. O português do dia-a-dia: como falar e escrever melhor. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2009.



[1] O conteúdo deste material foi retirado integralmente da apostila O Português do dia-a-dia, baseada do livro de mesmo nome, cujos diretos foram cedidos pelo professor Sérgio Nogueira da Silva à Universidade Estácio de Sá.




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